segunda-feira, 8 de maio de 2017

GALERIA DO ROCK E BANDA HARPPIA

Galeria do rock


Fotos (não digitais) da galeria na época tirada num sábado em 1996.

Não imaginava que iria acompanhar um processo, uma parte de um ciclo de vida de uma banda de rock paulistana.

Quando comecei a frequentar a galeria do Rock aqui em São Paulo após encerrar trabalho com estamparia em uma loja no último andar. Desci as escadas e encontrei o cantor André Matos na época cantor de sucesso da banda Angra e lembrei-o que além de gostar do disco Angels Cry tinha amigos que adoravam o disco, foi muito legal e atencioso com aqueles óculos fundo de garrafa.

Ao passear pra conhecer mais a galeria, comecei a me interessar pelo estilo, sendo que antes assistia mais a clipes na antiga mtv que era sinal aberto no UHF, bons tempos, lia revistas especializadas de rock internacional em português.

Tinha uma turma na galeria que gostavam e viviam de vender e trocarem fotos de shows e recortes de páginas de revistas tanto importadas como nacionais como Kerrang, Metalhead, Rock Brigade, Burrrn, conversas com Almir do fã clube do Ozzy em Santos, procurava demos do no more tears, etc.

Ia nos festivais de rock tanto do Anhembi sendo que o primeiro show da minha vida foi a do Guns n` Roses em 1993 fui no  primeiro dia, e o segundo show fui no Pacaembu quando aconteceu o primeiro Monsters of Rock de 1994, não assisti o show do Kiss na íntegra porque estava com febre e dormi no piso do estádio mesmo.

Vídeo do meu primeiro show de rock, quando Guns and Roses veio pela 2° vez no Brasil, não se acha em lugar nenhum o vídeo completo:

Do segundo show da minha vida: KISS!



Gostava também quando podia acompanhar nos hotéis chegadas dos artistas, caçar autógrafos e fotografá-los, me divertia sem exageros.

Em especial foi quando vi Ozzy pessoalmente pela primeira vez em 1995 fiquei emocionado e não conseguia reagir, deixei passar essa oportunidade e chorei feito criança, demorei pra entender o que tinha acontecido.

Terceiro show: Monsters of Rock Ozzy:



Quando o Youtube começou a funcionar, achei um show do Rock in RIo de 1985 e juntei imagens da época, como homenagem ao cantor:



E agora sobre o amigo Bonzo


Bonzo em sua loja com escola na galeria do rock em 1997

Conrado Guedes Ledesma seu nome de batismo, a turma conhece-o mais por Bonzo, tinha loja e escola que vendia cds e oferecia aulas de bateria, canto, guitarra, teclado, baixo e também vendiam instrumentos usados, eram decorados com temas do mundo do rock.

Conrado tem o apelido de Bonzo e muito fã do Black Sabbath, mais da época do Dio, tinha tatuagem do Ozzy em sua mão igual a do cantor, acho que a amizade começou quando entrei em sua loja e trocávamos idéias sobre o Sabbath e Ozzy solo, lembro que estávamos ansiosos pelo lançamento de Ozzmosis de Ozzy Osbourne.

Bonzo detestava quem usava drogas devido perda do irmão para drogas, difícil. A turma que frequentava ali parecia ser do bem porque drogas não se podia falar ali, aconselhava sempre.
Zoeiras saudáveis, piadas, a turma ensinava e tocava de tudo (rock n roll), dependendo do horário não se podia tocar quando as lojas funcionavam, a não ser depois das duas de sábado, quando o movimento caía.


Dentro da loja com poster do baixista Rudy Sarzo autografado. A direita meus amigos Leandro Braggion e Fábio de Oliveira.


Visual da escola sob a loja e eu e o fotógrafo Sergio Caffé na galeria do rock em 1996.

Harppia

Bonzo nos contou que tava participando do Harppia, tava conciliando dias e noites com os dois
compromissos, loucura.
      
 Fita cassete em primeira mão.   

Detalhes da fita com autografia do cantor.

Antes de lançarem o cd, ele nos apresentou as fitas cassetes com as 5 canções para ajudar no processo de gravação do trabalho na ocasião, comprei na hora, sendo amigo, roqueiro e sem saber que tava adquirindo raridade, a capa do lançamento original é diferente com 7 canções e também no relançamento de 2014 foi acrescentado faixas bonus contendo play back no total de 13 faixas.

Adorei quando peguei meu walkman e sentindo como se sentiam o pessoal no States naquelas histórias que a gente via nos documentários de bandas famosas.

Confesso que na época, de bandas nacionais na época não entendia muito e não acompanhava, nem passava muito na loja da Baratos e Afins pra se ter uma idéia, não conhecia nem a história da Harppia.

Harppia pousa na zona norte

Mais uma vez voltando ao Harppia, Bonzo me convida pra prestigiar a banda no Qualquer horas bar que não existe mais no bairro de Santana, domingo a noite, show difícil porque é atípico rolar evento assim, sendo que se terminar tarde era capaz de atrasar todo mundo pra segunda.

O público eram de amigos, da galeria e convidados por meio de divulgação ou por fanzines que tinham aos montes ou boca a boca mesmo.

A banda, mesma formação do álbum iniciou com a instrumental Harppia´s Flight sendo que na fita era chamada de Harppia Flying e após esquentado seu equipamentos e com afinação, percebi que Bonzo tirou de um pequeno case seu microfone, coisa chique, o cara é profissional, entra ao vivo o cantor.


Bonzo cantando com emoção.
                  
Marcos Luciano Rizzato com sua Epiphone SG.
                                                                           

Galera na bar Qualquer Hora, domingo à noite em 1997.

Baixista Cláudio Cruz com sua Ibanez.

Baterista, fundador e luthier Tibério Correa.

As músicas que tocaram eram do disco novo que ainda tava saindo, então quem comprou a fita tinha uma parte do conhecimento das canções.

Era único em tirar fotos ali, não sei se alguém gravou o show, lugar pequeno mas coube, foi adequado, quem organizou sabia o que tava fazendo, entendia do negócio.

Não tenho fotos dos encerramentos porque de tanto fotografar não sobravam carga das pilhas e filmes, mas por coincidência também não gosto de finalizações, fica lembrança dos melhores.

Curiosidade: Sobre Bonzo, em sua loja que vendia cds especialmente do segmento rock em roll, tinha um cd do Paccini, acho que era do acervo particular, mas que era curioso era.

Observações: Todas as fotos são de minha autoria, usei câmera analógica compacta da Olympus nunca foi a conserto, tenho-a até hoje.

Deus abençoe a todos.