quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

JARARAQUINHA EM BANANEIRAS?

Encontrei em minhas caminhadas coletivas no povoado de Bananeiras em Euclides da Cunha, Bahia.
Como já era começo de noite e andávamos sem lanternas até que alguém do grupo avistou esta cobra, parecia filhote, ficamos em dúvida se era venenosa ou não, conforme prometido a quem estavam conosco, pesquisei em duas fontes na internet e montei as informações para maior conhecimento.

Jararaca da seca

Jararaca da seca jovem (foto: Clovis S. Dias)

É a única espécie de Jararaca que vive nas caatingas, procura abrigo nas touceiras de vegetação, onde encontra abrigo e alimento; há registro também de exemplares que foram encontrados nas margens de um dos poucos rios que há na região. 

O veneno da Bothrops jararaca despertou o interesse médico, levando a diversas pesquisas para os meios de utilização de substâncias presentes no veneno como fármacos. Em 1965 foi isolada a proteína de veneno da jararaca que, depois de estudos e testes, resultou em um remédio controlador da hipertensão, o captopril.

Jararaca” origina- se do termo tupi yara’raka. Popularmente, as espécies são denominadas de jararacas, cotiaras e urutus. São serpentes peçonhentas, encontradas do nordeste do México à Argentina. Ocorrem nas ilhas de Santa Lúcia e Martinica nas Antilhas, assim como nas pequenas ilhas da Queimada Grande, Alcatrazes e Vitória, no litoral de estado de São Paulo, no Brasil, sendo importantes causadoras de acidentes com animais peçonhentos no Brasil, e nos outros países onde distribuem-se, com altas taxas de morbidade e mortalidade.

A jararaca-da-seca (Bothrops erythromelas) é uma serpente brasileira que pode ser encontrada na região nordeste (uma área restrita na porção meridional da Bahia). Como seu nome indica habita a caatinga, junto com sua prima Malha-de-sapo (Bothrops leucurus) ambas encontradas mais em moitas de capins onde busca alimento e abrigo.

Possui uma dentição solenóglifa que é dentição característica das serpentes da família Viperidae. Os membros desta família possuem dois dentes retráteis, inoculadores de uma potente peçonha de caráter neurotóxico, hemotóxico e ou citotóxico, localizados na parte anterior do maxilar superior. 


Dependendo da espécie, a peçonha é mais ou menos forte, sendo normalmente o suficiente para ser fatal ao ser humano. Os dentes inoculadores são projetados para fora durante o ataque, permitindo ao animal inocular uma quantidade de peçonha maior do que uma serpente da família das proteroglifas. Isso agrava ainda mais a conseqüência da mordida. 

Exemplos: cascavel, jararaca, surucucu, urutu, etc.
O seu tamanho não ultrapassa mais de 60 centímetros. Dorso amarronzado com desenhos triangulares e ventre amarelado.

Outra questão levantada quando me informaram após relatar o aparecimento desta cobra e que soube que não era venenosa e deixaram seguir caminho foi sobre cobra coral que viram tempos atrás, não sabiam as diferenças entre uma e outra e mataram, aproveito para relatar aqui conforme pesquisei na internet:

Cobra Coral Verdadeira

É uma espécie de cobra extremamente venenosa, suas cores características facilitam a identificação. São cobras de hábitos noturnos, que costumam se abrigar sob folhas, galhos, pedras, buracos ou dentro de troncos em decomposição. Não são agressivas, só atacam quando se sentem ameaçadas. Seu veneno é forte e de ação rápida. Os acidentes causados pela Cobra Coral Verdadeira são chamados Acidente Elapídico.

Identificação: A Coral apresenta coloração em anéis vermelhos, pretos e brancos (ou amarelos), em sua circunferência. Para identificar se a cobra é verdadeira ou falsa, tem uma regra fácil: Na coral verdadeira os anéis vermelhos não encostam nos anéis de cor preta, sempre há um anel branco ou amarelo entre as duas cores. Já na falsa o vermelho encosta no preto. Veja nas imagens abaixo:

À esquerda Coral Verdadeira, à direita a Coral Falsa (foto tirada da internet)

Vale comentar que a cobra coral falsa não é peçonhenta, na verdade ela nem mesmo pertence ao mesmo gênero ou família.

E para complicar, ainda existem corais pretas com aneis brancos (Micrurus albicinctus) cujo os mímicos (Atractus latifrons) são identicos em relação a coloração. E, em casos raros, existem corais com o dorso completamente pretos (Leptomicrurus sp.). – Contribuição Diego Cavalheri

Sintomas: no local da picada não se observa alteração importante, os sintomas do envenenamento caracterizam-se por visão turva ou dupla e aspecto sonolento.

O que fazer em caso de picada de cobra?

A primeira coisa a fazer em caso de uma picada de cobra é identificar a serpente. Embora a picada de cobra possa ser fatal, existem soros muito eficientes que podem evitar esse desfecho, sobretudo se a cobra puder ser identificada.

Segundo o Instituto Butantan, há quatro tipos de acidentes peçonhentos com cobras:

  • Acidente botrópico (causado por serpentes do grupo das jararacas): causa dor e inchaço no local da picada, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento pelos orifícios da picada; sangramentos nas gengivas, pele e urina. Pode evoluir com complicações como infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal.
  • Acidente laquético (causado por surucucu): quadro semelhante ao acidente botrópico, acompanhado de vômitos, diarreia e queda da pressão arterial.
  • Acidente crotálico (causado por cascavel): sensação de formigamento no local da picada, sem lesão evidente; dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento, visão turva ou dupla, dores musculares generalizadas e urina escura.
  • Acidente elapídico (causado por coral verdadeira): no local da picada não se observa alteração importante; as manifestações do envenenamento caracterizam-se por visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento.

Quais são as diferenças entre cobras venenosas e não venenosas?

  • As diferenças servem como um guia geral, mas comportam muitas exceções. Consideram-se alguns fatores:
  • As cobras venenosas têm anéis coloridos completos pretos, brancos, vermelhos ou amarelos.
  • As cobras venenosas têm cabeça triangular, bem destacada do corpo e coberta pelas mesmas escamas do corpo. As cobras não venenosas têm cabeça arredondada e coberta por placas.
  • As cobras venenosas têm cauda curta, que se afila bruscamente; as cobras não venenosas têm cauda longa, que se afila gradualmente.
  • As cobras venenosas têm presas na parte anterior da boca. As cobras não venenosas têm dentes serrilhados.
  • As cobras venenosas têm olhos grandes e pupilas como fendas verticais. As não venenosas têm olhos pequenos e pupilas arredondadas.
  • As cobras venenosas têm um pequeno orifício entre os olhos e as narinas, a chamada fosseta loreal; as não venenosas não têm. Com exceção da cobra coral, que não tem fosseta loreal, mas é venenosa.
  • As escamas das cobras venenosas são alongadas e pontudas, dando ao tato uma sensação de aspereza. As outras têm escamas miúdas e dão, ao tato, um aspecto liso e escorregadio.
  • As cobras venenosas têm hábitos noturnos (embora também possam ser avistadas de dia).

As serpentes inofensivas fogem quando ameaçadas; as peçonhentas não e assumem atitude de ataque (elas se enrolam e armam o bote).

Primeiros socorros

Quais são os primeiros socorros a serem prestados a uma pessoa que foi picada por uma cobra?

Como a picada de cobra acontece habitualmente em lugares distantes do ponto de socorro médico, os primeiros socorros têm de ser prestados por uma pessoa leiga, que deve:

  • Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão ou soro fisiológico.
  • Manter o paciente deitado e o mais calmo possível, porque agitado o sangue se espalha mais rápido e o veneno também.
  • Manter o paciente hidratado, dando pequenos goles de água a ele.
  • Procurar o serviço médico o mais rápido possível, como sempre frisamos somente médicos podem prescrever um medicamento a uma vítima de qualquer acidente.
  • Se possível, levar o animal para identificação (morto ou vivo). Se não for possível filme ou fotografe. A identificação do animal, por uma pessoa capacitada faz com que o soro correto seja aplicado já que cada cobra precisa de um soro diferente.
  • Retirar anéis, pulseiras, sapatos ou outros adereços apertados, porque logo ocorrerá o edema (inchaço).
O que não deve ser feito?
  • Não fazer torniquete ou garrote.
  • Não cortar o local da picada, nem perfurar ao redor do local da picada.
  • Não colocar folhas, pó de café ou outros contaminantes na ferida.
  • Não oferecer bebidas alcoólicas, querosene ou outros tóxicos à vítima.
  • Não faça sucção do veneno, porque isso é mito.
  • Não dê qualquer medicamento à vítima.
Como é o tratamento?

A única terapia efetiva é o soro antiofídico. O soro deve começar a ser aplicado, de preferência, na primeira meia hora depois do acidente.

Em áreas em que as cobras são comuns, deve-se ter sempre à mão o soro polivalente, devido à sua maior aplicabilidade. Os soros antipeçonhentos são produzidos no Brasil pelo Instituto Butantã (São Paulo), Fundação Ezequiel Dias (Minas Gerais) e Instituto Vital Brasil (Rio de Janeiro). Toda a produção é comprada pelo Ministério da Saúde que distribui para todo o país, por meio das Secretarias de Estado de Saúde. Assim, o soro está disponível em serviços de saúde e é oferecido gratuitamente aos acidentados.

Tratamento de suporte ou sintomático também pode auxiliar, dependendo do caso.

Como não tínhamos conhecimentos de curas ou tratamento caseiro contra animais peçonhentos, percebi que não há o tratamento básico e o jeito é agilizar corrida até hospital mais próximo da região. Aplicando tratamento básico conforme escrevo no post.

Procure um hospital!

O mais importante, em qualquer situação de picada de animais peçonhentos, é deslocar a vítima o mais rápido possível para o hospital, para que ela possa receber o soro adequado de acordo com o tipo de peçonha da cobra.

No caso do povoado os hospitais mais próximos são:
  • Hospital Municipal Antônio Carlos Magalhães Hospital Geral que se localiza na Avenida Renato Campos, s/n · (75) 3271-1841 com atendimento 24 horas
  • Hospital Português, também hospital Público que fica na Rua Pedro Agres de Carvalho, 595-611 · (75) 3271-1841.
Como prevenir

Como evitar as picadas de cobras?

É importante comentar que a maioria das cobras só ataca um ser humano quando se sente ameaçada. Por isso ao avistar uma cobra, desvie do caminho dela, deixando ela seguir o caminho dela e você o seu. Uma cobra só ataca quando agredida. Em caso de ver-se próximo a uma cobra, mantenha-se imóvel até ficar fora do alcance dela.

Além disso vale também seguir as dicas abaixo:

Use sempre calçado fechado e calças compridas. Se estiver em um local que é conhecido por ter cobras use botas de cano alto ou perneiras para proteger a parte de baixo das pernas. Use botas, calças compridas e luvas de couro em áreas infestadas. O uso de botas de cano alto ou perneira de couro, botinas e sapatos evita cerca de 80% dos acidentes.

Cerca de 15% das picadas atinge mãos ou antebraços. Use luvas de couro para manipular folhas secas, montes de lixo, lenha, palhas, etc. Não coloque as mãos ou os pés em buracos.

Preste atenção onde coloca as mãos quando for se apoiar para pegar impulso ou até mesmo na hora do descanso.

Não mexa com as cobras, mesmo que estejam ou pareçam mortas. Ainda assim, elas podem injetar veneno. Não mexa em cobras, mesmo que estejam mortas. Ainda assim, elas podem injetar veneno.

Se você deixar seus sapatos fora da barraca, antes de calçá-lo, certifique-se de que não tem alguma intrusa se abrigando dentro dele. Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos, exatamente como sua bota ficará após uma caminhada. Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, palhadas de feijão, milho ou cana. Cuidado ao revirar cupinzeiros.

Procure limpar o local onde irá montar a sua barraca, tirando gravetos, folhas mortas, cascas de árvores. As cobras e outros animais peçonhentos costumam ficar escondidos nesses locais durante o dia para à noite sair para explorar. Faça essa limpeza com cuidado, pode ter uma cobra escondida embaixo de pedras e troncos. Mantenha a grama aparada, os arbustos limpos e não deixe galhos amontoados. Use uma vara para mexer em montes de entulhos ou madeiras.

Nunca, jamais deixe a porta da barraca aberta especialmente de noite quando a maior parte das cobras está ativa. Onde há ratos, há cobras. Limpe paióis e terreiros, sem deixar o lixo acumular. Feche buracos e frestas de portas.

A seguir vídeo da cobra:


Mais informações

Fontes:
Marcelo Ferret: http://fuiacampar.com.br/primeiros-socorros-para-picadas-de-cobras-peconhentas/
ABCMED, 2012. Picada de cobra. E agora, o que fazer?. Disponível em: . Acesso em: 11 jan. 2018.
https://www.infoescola.com/repteis/jararaca/
https://repteisblog.wordpress.com/2016/12/05/cobras-venenosas-do-nordeste-brasileiro

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